Artigo por: Bruna Pias
Revisto por: Isolete Sousa
FILMES DO MÊS DE
NOVEMBRO – SALAS DE CINEMA
DESTAQUE
A Ação Tão Esperada – Nesta passada sexta-feira, a equipa do Raiz do
Jornalismo teve a oportunidade de assistir à pré-estreia da sequela da saga “Os
Jogos da Fome”. Devo dizer que como fã devota das obras de Suzanne Collins,
desde o primeiro filme que a adaptação da história me surpreende e desta vez
“Em Chamas” teve uma projeção e qualidade épicas.
Katniss e Peeta ganham os 74º Jogos
da Fome, no entanto a sua viagem não termina aqui e apesar da riqueza ganha há
que enfrentar as terríveis ameaças do Capitólio.
Não só pela fantástica adaptação de
argumento, mas também pela forte prestação dada pelos atores, “Em Chamas”
superou a todos os níveis o primeiro combate de “The Hunger Games”. Desta vez,
vemos muito mais do que uma forte e muito capaz Jennifer Lawrence, que continua
a provar a sua vitória nos Óscares, também apreciamos uma realização de
excelência pelo realizador Francis Lawrence. Este foi responsável por obras
como ”Eu Sou a Lenda” ou “Água Para Elefantes”, mas nenhuma comparável à
magnitude desta sequela. As emoções são para mim essenciais na sobrevivência do
interesse no filme e este transpareceu brilhantemente o sofrimento, a pena, a
culpa, o ódio, o amor e a amizade.
Não existem dúvidas, os CGs pouco detalhados, que tanto me
incomodaram no primeiro filme, foram corrigidos e melhorados. As personagens
secundárias brilharam com uma confiança extrema ou momentos hilariantes. Não
posso deixar ainda de referir a incrível maquilhagem que para mim chega a ser
mais mágica que os próprios efeitos especiais, a profissional Ve Neill volta a
não desapontar. Com os próximos filmes já em produção é difícil dizer se a esta
rapidez afetara a qualidade da série, mas esperemos que as últimas duas partes
estejam à altura.
Este fim de semana pertenceu a “Em Chamas” ganhando lugar
de destaque nas bilheteiras a nível mundial, já cá em Portugal teremos de esperar
até amanhã para saber a continuação da saga. Prometo um final tão surpreendente
que, para quem não é familiarizado com os livros, pode levar à mais severa das
frustrações... Deixo-vos com as opiniões da restante equipa à cerca o filme:
“O novo filme dos Hunger Games, é brilhante, não pela
sua estética, mas sim porque desperta no espectador todo o tipo de emoções.” –
Inês Consonni
"Nunca pensei gostar
tanto de um filme onde se colocam pessoas numa cúpula e se espera que se matem
uns aos outros, mas foi muito mais do que isso, pessoalmente é muito melhor que
o primeiro filme, tem momentos de lágrimas e gargalhadas, são quase três horas
de filme inesquecíveis." – Afonso Leitão
"A segunda jornada dos Jogos da Fome não poderia ter sido melhor. Elevou a fasquia do que foi o primeiro filme, melhorando a história, sem a deixar empobrecer. A ação, juntamente com a fantástica representação do elenco, transformou esta peça cinematográfica numa recordação incontestável para todos os fãs." - Joana Sobral
★★★★★★★★★ – 9/10 estrelas
Parte da equipa na pré-estreia de "Em Chamas"
A Ficção Científica – Caracterizaria o
filme “Ender’s Game: O Jogo Final” como a surpresa do mês!
O jovem Ender Wiggin é recrutado
pela Militaria Internacional para liderar a luta contra o Formecs, uma raça
alienígena que quase aniquilou o ser humano numa invasão anterior com o
objetivo de colonizar o planeta terra.
Também tendo lido e adorado o livro
que deu vida a este filme, concordo que Hollywood esteja a tentar ser fiel às
histórias de sucesso, desde que estas não sejam impostas aos produtores, mas
realizadas por puro prazer. Não posso descartar a prestação de Asa Butterfield
que foi mais do que satisfatória, foi emocional. No entanto, não esperávamos
outra coisa do amigo d’ “O Rapaz de Pijama às Riscas”. A realização foi extremamente
bem-sucedida não deixando os obstáculos pelos quais o filme passou, afetar a sua
qualidade. Tanto a nível fotográfico como de efeitos especiais tudo pareceu,
dentro do possível, real.
A história que é contada pelo
polémico autor Orson Scott Card não deixa de ter o seu carácter sórdido e por
isso penso estar bem adaptado a nível do argumento. Acrescento ainda a
performance de Viola Davis e Harrison Ford que me deixaram surpreendida, pelo
facto de este não ser um filme que encha bilheteiras. Mais uma vez, apesar das
participações especiais, a publicidade passa a ser um fator importante na
indústria visto que, cada vez mais, todos os elencos são ricamente recheados e
contar com um ou dois reconhecíveis atores não garante o sucesso. Mesmo assim,
penso que foi uma boa surpresa e aconselho a todos os fãs da ficção científica
pura!
★★★★★★★ – 7/10 estrelas
A Máfia – Sim, inclui o Robert DeNiro e
é sobre máfia! E sim, o Robert DeNiro é obrigado a ver o Robert DeNiro em “The
Goodfellas” onde é também mafioso. Bem, simplesmente voltámos à velha questão:
O que se passa entre o Robert DeNiro e a máfia americana?
A família Manzoni, um clã mafioso, é
recolocado na Normandia, em França a quando do programa de proteção de
testemunhas. Porém, será difícil a sua adaptação, pois os velhos hábitos custam
a morrer.
A minha primeira questão será
“Malavita” ou “The Family”? Há-se lá entender a indecisão de Luc Besson em
escolher um título para o próprio filme. Não, o seu nome não é “Malavita” por
causa da tradução, mas por ser o nome do livro, o nome do cão, o nome nos
créditos iniciais, só não o é no póster americano. Não que seja uma questão
relevante, no entanto é deveras curiosa, pois prova que a celebridade existente e Besson
também é baseada num dilema, então o público prefere a sua realização ou o seu
argumento?
Por experiências passadas, como por
exemplo ”Taken”, diria que a minha preferência se enquadra no segundo corroborada
pela afirmação que “Malavita” me desapontou a vários níveis. Este é um daqueles
filmes que diz tudo no trailer, pensei que talvez seria humorístico, porém todas
as “piadas” já tinham sido mencionadas anteriormente. Pensei que fosse de
espírito forte, contudo apenas o trailer me deu essa impressão. A ideia errada que
evoca o enredo não me satisfez, esperava algo cheio de vida, humor e
personagens estranhas. De facto, a única prestação que apreciei foi a de John
D’Leo que trabalhou de forma inteligente com a personagem de Warren Blake.
Dianna Agron também conseguiu criar uma opção interessante para a visualização,
mas terá sido o seu trabalho ou a sua voz de tom baixo que deram vida a Belle?
Agradaram-me também as paisagens, os
locais foram bem escolhidos e os momentos que requeriam intercalar cenas também
foram bem conseguidos e de forma inteligente. Não se enganem, o Robert DeNiro
já não se encontra jovem e vital, mas continua com aquele toque gangster que, apesar de tudo, só ele
sabe dar!
★★★★★★★ – 7/10 estrelas
O Drama -
Porquê Ridley, porquê?
Um advogado encontra-se em
problemas, quando se envolve com o tráfico de drogas e os cartéis mexicanos.
Até gostei de toda a vertente
“Alien” e “Prometheus”, porém “O Conselheiro” foi só uma tentativa falhada de
trazer um elenco de luxo a uma história já contada. Quantas vezes tenho que
dizer... as emoções importam!! Não foi com altos elementos de cariz sexual que
o “Forrest Gump” ganhou o Óscar! Nem foi o tráfico de droga no planeta Pandora
que ganhou milhões e o título de filme mais rentável de sempre ao “Avatar”!!
A vida tem mais caminhos a percorrer
e a falência de, por exemplo, o cinema em Portugal não se deve só à falta de
dinheiro, mas também à de imaginação. Tanto n’”O Conselheiro” como em inúmeros
filmes portugueses o tema é desconfortável e não original.
Centrando-me agora na obra de Ridley
Scott mais propriamente, digo que não entendi metade da história, só mesmo as
partes que não deveria entender... Os diálogos são extremamente complicados,
cheios de palavras ao que chamamos de “caras” e metáforas que no decorrer do
filme são difíceis ao processamento. Eu adoro este tipo de falas cheias de
significado, mas num filme dominado por homens que fazem dinheiro através do
tráfico de droga, visto que claramente não tiveram a oportunidade de enveredar
por um caminho académico e que são mexicanos, não seria de esperar que todos
ele soubessem mais inglês que o próprio advogado americano. A irrealidade do
argumento transcende-me, já a realização não irei criticar negativamente, pois
sem dúvida que a genialidade de um realizador como o senhor Scott não se perde
de ânimo leve.
Assim, culpo a história pelo
fracasso do filme, e os movimentos pouco angelicais da ex-menina Charlie,
Cameron Diaz.
★★★★★★ –
6/10 estrelas
A Comédia – “A
Ressaca” para os mais velhos, chegou!
Três amigos de sessenta e poucos
anos fazem uma pausa no seu dia a dia monótono para preparar uma despedida de
solteiro a um outro amigo em Las Vegas.
“Last Vegas – Despedida de Solteiro”
não podia deixar de ser divertido, no fundo o elenco de luxo que estamos habituados
a ver inseridos na vertente dramática é transportado para um ambiente
descontraído e humorístico. Apesar de tudo, este será novamente um filme que
não se desprende do trailer onde quase todas as piadas são reveladas de
imediato. Não esperava que fosse uma película de “chorar por mais” e tinha as
expectativas que sempre tenho quanto a uma comédia, não muito altas.
Penso que não será discutível
qualquer prestação técnica, visto que não passa de um momento bem passado na
sala de cinema. No entanto, quando recebo uma chamada do meu avô a
aconselhar-me o filme, pergunto-me se devido à minha falta de idade não terei
entendido ao todo a sua piada inerente. Mas prometo, daqui a alguns anos repito
a experiência...
★★★★★★ –
6/10 estrelas
A Ação – Ótimo argumento péssima
execução.
Stallone e Schwarzenegger encaram uma aventura
cheia de ação. Um Homem é profissional em escapar de prisões como forma de
teste, até que a própria profissão se vira contra ele...
Excelente ideia! Foi o que pensei quando li a sinopse. Antes
de mais tive a péssima experiência de ir ver uma sessão interrompida por falta
de som, isso mesmo, o filme “perdeu o pio”! Mas, ultrapassado o problema e
revista a parte inicial comecei por pensar o quanto gostava deste tipo de
experiência. Coisas misteriosas acontecem e no final são explicadas, além de
dar um grande leque de ideias de como sair de uma prisão, a minha curiosidade não
se contém.
Digo que a história teve um rumo perfeito, mas poderia ter
sido elevada ao nível de um “Óscar” introduzindo as tão aclamadas emoções e um ou
outro momento comovente. O momento alto de “Plano de Fuga” foi sem dúvida Schwarzenegger
em alemão, concordo que, apesar de não saber o que disse, a sua prestação
melhora quando interpreta na sua língua materna (não, na Áustria não se fala
Austríaco!).
Quanto à cinematografia podia novamente ter sido muito
mais orientada e original. Gostei da
prestação do ator Jim Caviezel, pois revelou-se diferente e original. Gostavas
de saber como sair da prisão? Então este é o guia ideal e deixa-me dizer,
envolve mais que uma carta do monopólio.
★★★★★★ –
6/10 estrelas
O Terror – Duas palavras: Fiquei desapontada!
Volta o clássico conto de terror
sobre a jovem Carrie White, uma menina tímida protegida pela mãe profundamente
religiosa, que desencadeia o terror com o seu poder de telecinesia.
Deixo já o aviso de que o novo
“Carrie” não requer qualquer frase inicial que indique poder chocar os mais
impressionáveis. Se queres ver um filme de terror sem qualquer reminiscência
deste, então esta é a tua oportunidade! Não me estou a queixar, claro, por um
lado agradeci a ligeireza, por outro suspeito que quem esperava horror não o
tenha recebido da melhor forma.
O facto de adorar o livro como obra
fez-me querer adorar um filme, mas se fosse horrorífico não o teria adorado e se
fosse tão simples, como de facto foi, igualmente. O que me deixa confusa, mas o
meu pensamento final é que não o adorei. Detesto afirmar a incapacidade de uma
realizadora mulher, mas, de facto, faltou não só o susto, como aquela sobriedade
proporcionada pelo livro de forma tão eficaz.
Os contrastes de luz entre as
personagens, que de mal só mesmo a quantidade exagerada de palavrões e aquelas
que tinham o poder de susto, pareceu-me irrelevante e fracamente executado.
Continua a ser um história que me é muito... “querida?”, porém não posso
corroborar com uma opinião positiva sobre o filme porque desaponta.
Devo mencionar a prestação de Julianne Moore como aquela de maior sucesso.
★★★★★★ –
6/10 estrelas
SUGESTÃO DE
NATAL/INVERNO
Pois é, este mês não foi lá muito bom no que toca às minhas
escolhas cinematográficas. Se não fosse o “Em Chamas”, lá para o fim de novembro
arriscaria dizer que este foi talvez o pior mês de todos. Porém, novembro não
terminou, há ainda um fim de semana de estreias pela frente e se já estás farto
do frio, tenho a certeza que este filme far-te-á pensar o contrário!
“Frozen – O Reino do Gelo” inclui as vozes de Kristen Bell
e a maravilhosa Idena Menzel na versão original e as de Paulo Vintém e Diogo
Morgado na versão portuguesa. É o mais recente filme da Disney e conta a
história da otimista e destemida Anna, que se junta ao jovem Kristoff, um vendedor de gelo, numa
jornada épica para encontrar a irmã, Elsa, cujos poderes de gelo a aprisionaram
no reino do inverno eterno. Pelo caminho encontram condições geladas, paisagens
muito branquinhas e um boneco de neve hilariante chamado Olaf.
Será talvez uma forma eficaz de nos fazer apreciar o
Inverno um pouquinho mais, ou talvez não...