Novembro - "As Sugestões De Uma Cinéfila"

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Artigo por: Bruna Pias
Revisto por: Isolete Sousa

FILMES DO MÊS DE NOVEMBRO – SALAS DE CINEMA
DESTAQUE


A Ação Tão Esperada   Nesta passada sexta-feira, a equipa do Raiz do Jornalismo teve a oportunidade de assistir à pré-estreia da sequela da saga “Os Jogos da Fome”. Devo dizer que como fã devota das obras de Suzanne Collins, desde o primeiro filme que a adaptação da história me surpreende e desta vez “Em Chamas” teve uma projeção e qualidade épicas.
            Katniss e Peeta ganham os 74º Jogos da Fome, no entanto a sua viagem não termina aqui e apesar da riqueza ganha há que enfrentar as terríveis ameaças do Capitólio.
            Não só pela fantástica adaptação de argumento, mas também pela forte prestação dada pelos atores, “Em Chamas” superou a todos os níveis o primeiro combate de “The Hunger Games”. Desta vez, vemos muito mais do que uma forte e muito capaz Jennifer Lawrence, que continua a provar a sua vitória nos Óscares, também apreciamos uma realização de excelência pelo realizador Francis Lawrence. Este foi responsável por obras como ”Eu Sou a Lenda” ou “Água Para Elefantes”, mas nenhuma comparável à magnitude desta sequela. As emoções são para mim essenciais na sobrevivência do interesse no filme e este transpareceu brilhantemente o sofrimento, a pena, a culpa, o ódio, o amor e a amizade.
Não existem dúvidas, os CGs pouco detalhados, que tanto me incomodaram no primeiro filme, foram corrigidos e melhorados. As personagens secundárias brilharam com uma confiança extrema ou momentos hilariantes. Não posso deixar ainda de referir a incrível maquilhagem que para mim chega a ser mais mágica que os próprios efeitos especiais, a profissional Ve Neill volta a não desapontar. Com os próximos filmes já em produção é difícil dizer se a esta rapidez afetara a qualidade da série, mas esperemos que as últimas duas partes estejam à altura.
Este fim de semana pertenceu a “Em Chamas” ganhando lugar de destaque nas bilheteiras a nível mundial, já cá em Portugal teremos de esperar até amanhã para saber a continuação da saga. Prometo um final tão surpreendente que, para quem não é familiarizado com os livros, pode levar à mais severa das frustrações... Deixo-vos com as opiniões da restante equipa à cerca o filme:

“O novo filme dos Hunger Games, é brilhante, não pela sua estética, mas sim porque desperta no espectador todo o tipo de emoções.” – Inês Consonni

"Nunca pensei gostar tanto de um filme onde se colocam pessoas numa cúpula e se espera que se matem uns aos outros, mas foi muito mais do que isso, pessoalmente é muito melhor que o primeiro filme, tem momentos de lágrimas e gargalhadas, são quase três horas de filme inesquecíveis." – Afonso Leitão

"A segunda jornada dos Jogos da Fome não poderia ter sido melhor. Elevou a fasquia do que foi o primeiro filme, melhorando a história, sem a deixar empobrecer. A ação, juntamente com a fantástica representação do elenco, transformou esta peça cinematográfica numa recordação incontestável para todos os fãs." - Joana Sobral

★★★★★★★★★ – 9/10 estrelas


Parte da equipa na pré-estreia de "Em Chamas"
Com a cortesia de  Hunger Games Portugal




A Ficção Científica – Caracterizaria o filme “Ender’s Game: O Jogo Final” como a surpresa do mês!
            O jovem Ender Wiggin é recrutado pela Militaria Internacional para liderar a luta contra o Formecs, uma raça alienígena que quase aniquilou o ser humano numa invasão anterior com o objetivo de colonizar o planeta terra.
            Também tendo lido e adorado o livro que deu vida a este filme, concordo que Hollywood esteja a tentar ser fiel às histórias de sucesso, desde que estas não sejam impostas aos produtores, mas realizadas por puro prazer. Não posso descartar a prestação de Asa Butterfield que foi mais do que satisfatória, foi emocional. No entanto, não esperávamos outra coisa do amigo d’ “O Rapaz de Pijama às Riscas”. A realização foi extremamente bem-sucedida não deixando os obstáculos pelos quais o filme passou, afetar a sua qualidade. Tanto a nível fotográfico como de efeitos especiais tudo pareceu, dentro do possível, real.
            A história que é contada pelo polémico autor Orson Scott Card não deixa de ter o seu carácter sórdido e por isso penso estar bem adaptado a nível do argumento. Acrescento ainda a performance de Viola Davis e Harrison Ford que me deixaram surpreendida, pelo facto de este não ser um filme que encha bilheteiras. Mais uma vez, apesar das participações especiais, a publicidade passa a ser um fator importante na indústria visto que, cada vez mais, todos os elencos são ricamente recheados e contar com um ou dois reconhecíveis atores não garante o sucesso. Mesmo assim, penso que foi uma boa surpresa e aconselho a todos os fãs da ficção científica pura!

★★★★★★★ – 7/10 estrelas

A Máfia – Sim, inclui o Robert DeNiro e é sobre máfia! E sim, o Robert DeNiro é obrigado a ver o Robert DeNiro em “The Goodfellas” onde é também mafioso. Bem, simplesmente voltámos à velha questão: O que se passa entre o Robert DeNiro e a máfia americana?
            A família Manzoni, um clã mafioso, é recolocado na Normandia, em França a quando do programa de proteção de testemunhas. Porém, será difícil a sua adaptação, pois os velhos hábitos custam a morrer.
            A minha primeira questão será “Malavita” ou “The Family”? Há-se lá entender a indecisão de Luc Besson em escolher um título para o próprio filme. Não, o seu nome não é “Malavita” por causa da tradução, mas por ser o nome do livro, o nome do cão, o nome nos créditos iniciais, só não o é no póster americano. Não que seja uma questão relevante, no entanto é deveras curiosa, pois prova que a celebridade existente e Besson também é baseada num dilema, então o público prefere a sua realização ou o seu argumento?
            Por experiências passadas, como por exemplo ”Taken”, diria que a minha preferência se enquadra no segundo corroborada pela afirmação que “Malavita” me desapontou a vários níveis. Este é um daqueles filmes que diz tudo no trailer, pensei que talvez seria humorístico, porém todas as “piadas” já tinham sido mencionadas anteriormente. Pensei que fosse de espírito forte, contudo apenas o trailer me deu essa impressão. A ideia errada que evoca o enredo não me satisfez, esperava algo cheio de vida, humor e personagens estranhas. De facto, a única prestação que apreciei foi a de John D’Leo que trabalhou de forma inteligente com a personagem de Warren Blake. Dianna Agron também conseguiu criar uma opção interessante para a visualização, mas terá sido o seu trabalho ou a sua voz de tom baixo que deram vida a Belle?
            Agradaram-me também as paisagens, os locais foram bem escolhidos e os momentos que requeriam intercalar cenas também foram bem conseguidos e de forma inteligente. Não se enganem, o Robert DeNiro já não se encontra jovem e vital, mas continua com aquele toque gangster que, apesar de tudo, só ele sabe dar!

★★★★★★★ – 7/10 estrelas

O Drama -  Porquê Ridley, porquê?
            Um advogado encontra-se em problemas, quando se envolve com o tráfico de drogas e os cartéis mexicanos.
            Até gostei de toda a vertente “Alien” e “Prometheus”, porém “O Conselheiro” foi só uma tentativa falhada de trazer um elenco de luxo a uma história já contada. Quantas vezes tenho que dizer... as emoções importam!! Não foi com altos elementos de cariz sexual que o “Forrest Gump” ganhou o Óscar! Nem foi o tráfico de droga no planeta Pandora que ganhou milhões e o título de filme mais rentável de sempre ao “Avatar”!!
            A vida tem mais caminhos a percorrer e a falência de, por exemplo, o cinema em Portugal não se deve só à falta de dinheiro, mas também à de imaginação. Tanto n’”O Conselheiro” como em inúmeros filmes portugueses o tema é desconfortável e não original.
          Centrando-me agora na obra de Ridley Scott mais propriamente, digo que não entendi metade da história, só mesmo as partes que não deveria entender... Os diálogos são extremamente complicados, cheios de palavras ao que chamamos de “caras” e metáforas que no decorrer do filme são difíceis ao processamento. Eu adoro este tipo de falas cheias de significado, mas num filme dominado por homens que fazem dinheiro através do tráfico de droga, visto que claramente não tiveram a oportunidade de enveredar por um caminho académico e que são mexicanos, não seria de esperar que todos ele soubessem mais inglês que o próprio advogado americano. A irrealidade do argumento transcende-me, já a realização não irei criticar negativamente, pois sem dúvida que a genialidade de um realizador como o senhor Scott não se perde de ânimo leve.
            Assim, culpo a história pelo fracasso do filme, e os movimentos pouco angelicais da ex-menina Charlie, Cameron Diaz.

★★★★★★ – 6/10 estrelas

A Comédia – “A Ressaca” para os mais velhos, chegou!
            Três amigos de sessenta e poucos anos fazem uma pausa no seu dia a dia monótono para preparar uma despedida de solteiro a um outro amigo em Las Vegas.
            “Last Vegas – Despedida de Solteiro” não podia deixar de ser divertido, no fundo o elenco de luxo que estamos habituados a ver inseridos na vertente dramática é transportado para um ambiente descontraído e humorístico. Apesar de tudo, este será novamente um filme que não se desprende do trailer onde quase todas as piadas são reveladas de imediato. Não esperava que fosse uma película de “chorar por mais” e tinha as expectativas que sempre tenho quanto a uma comédia, não muito altas.
            Penso que não será discutível qualquer prestação técnica, visto que não passa de um momento bem passado na sala de cinema. No entanto, quando recebo uma chamada do meu avô a aconselhar-me o filme, pergunto-me se devido à minha falta de idade não terei entendido ao todo a sua piada inerente. Mas prometo, daqui a alguns anos repito a experiência...

★★★★★★ – 6/10 estrelas

A Ação – Ótimo argumento péssima execução.
            Stallone e Schwarzenegger encaram uma aventura cheia de ação. Um Homem é profissional em escapar de prisões como forma de teste, até que a própria profissão se vira contra ele...
            Excelente ideia! Foi o que pensei quando li a sinopse. Antes de mais tive a péssima experiência de ir ver uma sessão interrompida por falta de som, isso mesmo, o filme “perdeu o pio”! Mas, ultrapassado o problema e revista a parte inicial comecei por pensar o quanto gostava deste tipo de experiência. Coisas misteriosas acontecem e no final são explicadas, além de dar um grande leque de ideias de como sair de uma prisão, a minha curiosidade não se contém.
            Digo que a história teve um rumo perfeito, mas poderia ter sido elevada ao nível de um “Óscar” introduzindo as tão aclamadas emoções e um ou outro momento comovente. O momento alto de “Plano de Fuga” foi sem dúvida Schwarzenegger em alemão, concordo que, apesar de não saber o que disse, a sua prestação melhora quando interpreta na sua língua materna (não, na Áustria não se fala Austríaco!).
            Quanto à cinematografia podia novamente ter sido muito mais orientada  e original. Gostei da prestação do ator Jim Caviezel, pois revelou-se diferente e original. Gostavas de saber como sair da prisão? Então este é o guia ideal e deixa-me dizer, envolve mais que uma carta do monopólio.

★★★★★★ – 6/10 estrelas

O Terror – Duas palavras:  Fiquei desapontada!
            Volta o clássico conto de terror sobre a jovem Carrie White, uma menina tímida protegida pela mãe profundamente religiosa, que desencadeia o terror com o seu poder de telecinesia.
            Deixo já o aviso de que o novo “Carrie” não requer qualquer frase inicial que indique poder chocar os mais impressionáveis. Se queres ver um filme de terror sem qualquer reminiscência deste, então esta é a tua oportunidade! Não me estou a queixar, claro, por um lado agradeci a ligeireza, por outro suspeito que quem esperava horror não o tenha recebido da melhor forma.
            O facto de adorar o livro como obra fez-me querer adorar um filme, mas se fosse horrorífico não o teria adorado e se fosse tão simples, como de facto foi, igualmente. O que me deixa confusa, mas o meu pensamento final é que não o adorei. Detesto afirmar a incapacidade de uma realizadora mulher, mas, de facto, faltou não só o susto, como aquela sobriedade proporcionada pelo livro de forma tão eficaz.
            Os contrastes de luz entre as personagens, que de mal só mesmo a quantidade exagerada de palavrões e aquelas que tinham o poder de susto, pareceu-me irrelevante e fracamente executado. Continua a ser um história que me é muito... “querida?”, porém não posso corroborar com uma opinião positiva sobre o filme porque desaponta. Devo mencionar a prestação de Julianne Moore como aquela de maior sucesso.

★★★★★★ – 6/10 estrelas


SUGESTÃO DE NATAL/INVERNO

Pois é, este mês não foi lá muito bom no que toca às minhas escolhas cinematográficas. Se não fosse o “Em Chamas”, lá para o fim de novembro arriscaria dizer que este foi talvez o pior mês de todos. Porém, novembro não terminou, há ainda um fim de semana de estreias pela frente e se já estás farto do frio, tenho a certeza que este filme far-te-á pensar o contrário!
“Frozen – O Reino do Gelo” inclui as vozes de Kristen Bell e a maravilhosa Idena Menzel na versão original e as de Paulo Vintém e Diogo Morgado na versão portuguesa. É o mais recente filme da Disney e conta a história da otimista e destemida Anna, que se junta ao jovem Kristoff, um vendedor de gelo, numa jornada épica para encontrar a irmã, Elsa, cujos poderes de gelo a aprisionaram no reino do inverno eterno. Pelo caminho encontram condições geladas, paisagens muito branquinhas e um boneco de neve hilariante chamado Olaf.
Será talvez uma forma eficaz de nos fazer apreciar o Inverno um pouquinho mais, ou talvez não... 



0 comentários:

Enviar um comentário

 
Raiz Do Jornalismo © 2013 | Designed by Bubble Shooter, adaptado por Bruna Pias | Em colaboração com Colégio Novo da Maia