Artigo por: Inês Cardoso
Antigamente era usual ver
as crianças a beber leite diretamente da vaca, porém hoje em dia seria um
escândalo e tal, não é de todo descabido. A verdade é que, com o aumento da
informação, com o aperfeiçoamento dos métodos de estudo e com a preocupação
cada vez maior, realizaram-se estudos que comprovam que o consumo do leite cru
é altamente prejudicial para a saúde dos seres humanos. Todos os anos
registam-se inúmeros casos de morte que se devem ao consumo direto por parte do
Homem na própria vaca.
Os Estados Unidos da América - Food and Drug Administration
(FDA), juntamente com outros órgãos de pesquisa, alertam os consumidores para
os riscos elevados que podem surgir causados pelo consumo de leite não
pasteurizado. O leite, proveniente de vacas, ovelhas e até mesmo cabras, contém
um número soberbo de bactérias nocivas, que podem causar doenças como a E.coli
(Escherichia Coli), Salmonela, Listeria, entre outras igualmente perigosas.
Estas bactérias acabam por afetar a saúde de quem bebe leite cru, assim como de
quem ingere alimentos feitos igualmente com esse leite. São arriscadas para
todos nós, porém há que ter especial atenção nas pessoas com sistemas
imunitários enfraquecidos, nos idosos, nas mulheres grávidas, nas crianças e
nos adolescentes. Os sintomas são distintos e variam de pessoa para pessoa. Geralmente
incluem vómitos, diarreia, dor abdominal, febre, dores de cabeça e dores no
corpo. A verdade é que quem é mais saudável recupera usualmente mais rápido,
porém tal não passa de uma generalização. Se eventualmente ingerirmos um
alimento que possua leite não pasteurizado, e posteriormente começarmos a
sentir algum destes sintomas, devemos contactar imediatamente o nosso médico ou
dirigir-nos o mais rápido possível ao hospital.
Desde 1987 que a FDA exigiu que todo o leite embalado fosse
pasteurizado antes de ser entregue nas grandes superfícies, assim como no
comércio local ou até mesmo nas feiras, no entanto tal não marca o fim do
consumo do leite cru, uma vez que os produtores têm ainda a possibilidade de o
vender a quem se mostrar interessado. Depois de tudo isto, interrogamo-nos - afinal
quem quererá comprar leite virgem? A verdade é que não é assim um grupo tão
minoritário quanto isso posto que ainda permanecem muitos mitos sobre o leite
não pasteurizado. Estes acreditam que o leite no seu estado de origem, bem mais caro que o leite pasteurizado, é mais
nutritivo que o leite que se submete à pasteurização, e ainda alegam que a
pasteurização acaba por prejudicar a qualidade do leite. Acontece que cada vez
mais vemos produtos feitos com leite puro, em parte tal deve-se ao facto de
muitas lojas especializadas, mercados de agricultores e lojas biológicas os
venderem para um nicho de mercado que adota uma filosofia em torno da Natureza.
Efetivamente há ideia de tudo o que é natural é melhor e mais saudável, porém
tal não se aplica aos produtos lácteos. Acredita-se que quem é intolerante à
lactose não pode beber leite pasteurizado uma vez que esse fará despoletar
alergias, todavia essa afirmação é completamente mentira. A esterilização do
leite não causa intolerância à lactose nem reações alérgicas. O leite que é
esterilizado simplesmente mata as bactérias nocivas, salvando as nossas vidas.
O processo de pasteurização consiste no aquecimento do leite a uma determinada
temperatura, elevada por sinal (cerca de 161 graus), durante um período
definido de tempo (relativamente 15 segundos) que serve para eliminar as
bactérias nocivas presentes.
Há uma necessidade de consumir leite e produtos lácteos no
nosso quotidiano, no entanto temos que ter especial atenção nos produtos que
estamos a selecionar. Iogurtes, queijos, leite, pudins, sorvetes são produtos
que encontramos regularmente no nosso frigorífico. Mas será que todos eles são
pasteurizados? Para sabermos só temos que ler o rótulo e procurar a palavra
«Pasteurizado», se não aparecer, não volte a comprar esse produto, está a por
em risco a sua vida e a da sua família. No caso de querer comprar o produto num
mercado ou no caso de este não possuir rótulo, não hesite em pedir ajuda a um
funcionário ou ao vendedor.
Infelizmente esta informação não chega a todas as pessoas, por
falta de conhecimento por parte destas mas também por incompetência de quem
deveria passar estas mensagens. Tal falta de informação pode levar a desfechos
fatais. Nas grávidas, por exemplo, a probabilidade de provocar uma morte fetal
instantânea ao consumir estes produtos não pasteurizados, ou um aborto
espontâneo é muito elevado. Pode ocorrer também, com uma menor probabilidade,
estas terem o seu filho e este falecer horas após o nascimento. Por vezes, não
encontramos justificação para tal incidente acontecer mas a resposta por ser bem
mais simples do que se possa pensar. Os efeitos raramente se fazem notar na grávida,
no entanto desde logo prejudicam o bebé.
Em conclusão, com esta explicação não restam dúvidas, não há
motivos para prejudicar a sua saúde e a saúde dos que o rodeiam. É fundamental
passar a mensagem para todos e nunca esquecer as regras de ouro que o podem
salvar. Pense antes de comprar, uma pequena atitude, muda tudo.
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