LEITE PURO, TODA A VERDADE

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Artigo por: Inês Cardoso 


       


          Antigamente era usual ver as crianças a beber leite diretamente da vaca, porém hoje em dia seria um escândalo e tal, não é de todo descabido. A verdade é que, com o aumento da informação, com o aperfeiçoamento dos métodos de estudo e com a preocupação cada vez maior, realizaram-se estudos que comprovam que o consumo do leite cru é altamente prejudicial para a saúde dos seres humanos. Todos os anos registam-se inúmeros casos de morte que se devem ao consumo direto por parte do Homem na própria vaca.
          Os Estados Unidos da América - Food and Drug Administration (FDA), juntamente com outros órgãos de pesquisa, alertam os consumidores para os riscos elevados que podem surgir causados pelo consumo de leite não pasteurizado. O leite, proveniente de vacas, ovelhas e até mesmo cabras, contém um número soberbo de bactérias nocivas, que podem causar doenças como a E.coli (Escherichia Coli), Salmonela, Listeria, entre outras igualmente perigosas. Estas bactérias acabam por afetar a saúde de quem bebe leite cru, assim como de quem ingere alimentos feitos igualmente com esse leite. São arriscadas para todos nós, porém há que ter especial atenção nas pessoas com sistemas imunitários enfraquecidos, nos idosos, nas mulheres grávidas, nas crianças e nos adolescentes. Os sintomas são distintos e variam de pessoa para pessoa. Geralmente incluem vómitos, diarreia, dor abdominal, febre, dores de cabeça e dores no corpo. A verdade é que quem é mais saudável recupera usualmente mais rápido, porém tal não passa de uma generalização. Se eventualmente ingerirmos um alimento que possua leite não pasteurizado, e posteriormente começarmos a sentir algum destes sintomas, devemos contactar imediatamente o nosso médico ou dirigir-nos o mais rápido possível ao hospital.
           Desde 1987 que a FDA exigiu que todo o leite embalado fosse pasteurizado antes de ser entregue nas grandes superfícies, assim como no comércio local ou até mesmo nas feiras, no entanto tal não marca o fim do consumo do leite cru, uma vez que os produtores têm ainda a possibilidade de o vender a quem se mostrar interessado. Depois de tudo isto, interrogamo-nos - afinal quem quererá comprar leite virgem? A verdade é que não é assim um grupo tão minoritário quanto isso posto que ainda permanecem muitos mitos sobre o leite não pasteurizado. Estes acreditam que o leite no seu estado de origem, bem mais caro que o leite pasteurizado, é mais nutritivo que o leite que se submete à pasteurização, e ainda alegam que a pasteurização acaba por prejudicar a qualidade do leite. Acontece que cada vez mais vemos produtos feitos com leite puro, em parte tal deve-se ao facto de muitas lojas especializadas, mercados de agricultores e lojas biológicas os venderem para um nicho de mercado que adota uma filosofia em torno da Natureza. Efetivamente há ideia de tudo o que é natural é melhor e mais saudável, porém tal não se aplica aos produtos lácteos. Acredita-se que quem é intolerante à lactose não pode beber leite pasteurizado uma vez que esse fará despoletar alergias, todavia essa afirmação é completamente mentira. A esterilização do leite não causa intolerância à lactose nem reações alérgicas. O leite que é esterilizado simplesmente mata as bactérias nocivas, salvando as nossas vidas. O processo de pasteurização consiste no aquecimento do leite a uma determinada temperatura, elevada por sinal (cerca de 161 graus), durante um período definido de tempo (relativamente 15 segundos) que serve para eliminar as bactérias nocivas presentes.
           Há uma necessidade de consumir leite e produtos lácteos no nosso quotidiano, no entanto temos que ter especial atenção nos produtos que estamos a selecionar. Iogurtes, queijos, leite, pudins, sorvetes são produtos que encontramos regularmente no nosso frigorífico. Mas será que todos eles são pasteurizados? Para sabermos só temos que ler o rótulo e procurar a palavra «Pasteurizado», se não aparecer, não volte a comprar esse produto, está a por em risco a sua vida e a da sua família. No caso de querer comprar o produto num mercado ou no caso de este não possuir rótulo, não hesite em pedir ajuda a um funcionário ou ao vendedor.
       Infelizmente esta informação não chega a todas as pessoas, por falta de conhecimento por parte destas mas também por incompetência de quem deveria passar estas mensagens. Tal falta de informação pode levar a desfechos fatais. Nas grávidas, por exemplo, a probabilidade de provocar uma morte fetal instantânea ao consumir estes produtos não pasteurizados, ou um aborto espontâneo é muito elevado. Pode ocorrer também, com uma menor probabilidade, estas terem o seu filho e este falecer horas após o nascimento. Por vezes, não encontramos justificação para tal incidente acontecer mas a resposta por ser bem mais simples do que se possa pensar. Os efeitos raramente se fazem notar na grávida, no entanto desde logo prejudicam o bebé.

          Em conclusão, com esta explicação não restam dúvidas, não há motivos para prejudicar a sua saúde e a saúde dos que o rodeiam. É fundamental passar a mensagem para todos e nunca esquecer as regras de ouro que o podem salvar. Pense antes de comprar, uma pequena atitude, muda tudo.   


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