OUTUBRO - "AS SUGESTÕES DE UMA CINÉFILA"

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Artigo por: Bruna Pias
Revisto por: Isolete Sousa


FILMES DO MÊS DE OUTUBRO – SALAS DE CINEMA


            O Drama – “Raptadas” é de longe o filme mais marcante e a estrela na minha coluna de críticas para o mês de outubro.
            Duas meninas são raptadas em circunstâncias deveras estranhas. Um detetive (Jake Gyllenhaal) e um pai (Hugh Jackman) em terror trabalham, porém divididos, para encontrar Joy e Anna.
            Não irei desenvolver mais a sinopse simplesmente porque considero que este filme mexe com quem quer que o veja. Tal como, por exemplo, “O Impossível” é de certa forma subestimado e talvez não será a primeira escolha evidente no panfleto dos cinemas. Mas, “Raptadas” é brilhante!
            Da realização ao argumento, passando por uma galeria excelente de atores incluindo Maria Bello e Viola Davis, é a demostração do terror, do desespero e da realidade que sobrepõe o rapto de duas crianças. O pensamento ao longo do filme será aquele de um fã de “C.S.I.”, ou seja, em constante adivinhação de quem será que cometeu o crime ou se as meninas serão encontradas com vida.
            Não irei desvendar nada mais, pois até ao momento final não é possível retrair a antecipação, chegando a uma conclusão tão surpreendente quanto esperado. As vozes, as imagens, a fotografia sinistra e fria de “Raptadas” não abandonam a mente de quem o visualiza e deixarão perguntas e corações apertados. Devo referir que o título em inglês “Prisioners” torna-se no fundo o mais acertado, pois todas as personagens são prisioneiras de um passado de um presente e de um futuro. Para desvendar este genial e brilhante mistério terão mesmo de se aventurar nele.

★★★★★★★★★ – 9/10 estrelas


            O Verídico Vinte minutos, o tempo que esperei para entrar na sala de cinema. Uma espera que diria excessiva para um sábado às dez da noite. A grande audiência que se concentrou fora da sala (dezenas) acabou por sair satisfeita com o novo, bem real e emocionante, Bourne de Paul Greengrass, com uma pequena exceção, desta vez o seu nome é Phillips.
            O filme conta a história do Capitão que emocionou os Estados Unidos em 2009 após ter sido raptado por quatro piratas Somalis a bordo do barco americano Maersk Alabama. Esta foi a primeira embarcação americana  a estar sob ameaça em quase duzentos anos.
Desde a coragem do próprio Capitão em proteger a tripulação, ao espírito por vezes duro dos próprios piratas, o filme tem tudo. O aspeto que diria mais surpreendente foi a capacidade de Greengrass em agarrar o espetador mesmo durante os diálogos em dialeto Somali, o que pode por vezes ser difícil pela forte habituação da população em geral à língua inglesa no grande ecrã.
A verdade é que por vezes não recebemos ambos os lados da história e, neste caso, tanto da parte de quem foi atacado como da parte de quem atacou compreendemos que, por vezes, as circunstâncias da vida são mais definitivas que propriamente o nosso estado de espírito. Quero dizer com isto que não deixei de sentir pena por ambas as partes intervenientes e a emoção que transporta faz deste filme um elemento de coração cheio.
Da parte de Tom Hanks, excelente como sempre, porém peço que fiquem atentos ao jovem Barkhad Abdi, que trabalhava com motorista quando lhe foi oferecido o papel de Muse, o Capitão pirata, a sua experiência quase nula na representação não foi notória e entregou uma atuação cheia de vida e emocional.
Os vinte minutos não só valeram a pena como deveriam ser uma tendência em todas as salas que apresentam a aventura do “Capitão Phillips”.

★★★★★★★★ – 8/10 estrelas

            O Ficção Científica – Este mês vi-me perante uma grande dúvida quanto ao filme “Gravidade” de Alfonso Cuarón. “Mas porquê? Eu adorei o filme...” Bem, o dilema desenvolve-se pelas revolucionárias  e tão diferentes críticas que tem recebido. Muitos dizem ser "secante", outros emocionante!
            Uma engenheira médica parte para o espaço após a perda da filha e trabalha em conjunto com um astronauta depois de um acidente os deixar ambos a pairar no espaço.
            O trailer inspira desconfiança e aumenta os níveis de claustrofobia deixando qualquer um de cabelos em pé. Acabei por ceder e não fiquei desapontada. “Gravidade” entrega ao espetador o prometido, muita emoção e as duas mãos agarradas aos braços da cadeira.
            O mais impressionante será de facto a gravidade que se torna muito irritante ao longo da película. Ver a Sandra Bullock a ser perseguida por desastre atrás de desastre sem poder correr e em constante rodopio pode aumentar os nervos da pessoa mais calma. Quanto aos atores, não desapontaram expressando bem a ironia e o medo. A realização... excelente, tal como seria esperado de Cuarón, ou não se lembram de “Harry Potter e o Prisioneiro e Azkaban”? Bem, desta vez valeu a pena comprovar a existencial dúvida.

★★★★★★★★ – 8/10 estrelas


            O Thriller – Não entrem neste filme de ânimo leve, “A Chamada” promete arrepiar e colocar os nervos de qualquer um em franja.
            Uma veterana (Halle Berry) no centro de chamadas do 112, recebe um alarmante telefonema de uma adolescente prestes a ser raptada. Este acaba sem uma conclusão feliz, o que leva a profissional a retirar-se do trabalho para ensinar futuros trabalhadores no centro. No entanto, uma nova chamada requere a sua ajuda e esta outra rapariga (Abigail Breslin), também raptada, precisa de ser salva.
            A menina d’”A Ilha de Nim” junta-se à bondgirl num thriller emocionante. À semelhança de “Raptadas”, este filme explora a psique de um raptor e o terror por detrás de uma missão de resgate. Entendemos o trabalho marcante de quem atende os telefonemas do 112 e este enredo curioso acaba por se aliar a uma realização apelativa e a duas fantásticas atrizes.
            O filme pode chegar a “tocar” levemente no terror puro, pois a cara do raptor traumatizado de Michael Eklund é dificilmente esquecida. Não é de certo um filme para a vida ou aquele que desejamos um dia reviver, mas é bom no seu sentido de alerta e na história que se desenvolve de uma forma marcante.

★★★★★★★ – 7/10 estrelas


            O Crime - “Runner, Runner” ou, como uma boa tradução portuguesa diria, “Jogo de Risco” é a sugestão do mês que esteve em primeiro lugar na minha lista de visualizados.
            Um universitário (Justin Timberlake) vê-se sem dinheiro para pagar as propinas e então decide envergar pelo poker online. Como esperado, este acaba por não correr bem e após reparar que foi de facto enganado, parte para confrontar o dono do site (Ben Affleck), de forma a recuperar o seu dinheiro.
Não que seja, de facto, uma sugestão obrigatória à visualização, pois não passa de uma tentativa falhada por parte do realizador Brad Furman em transparecer uma ação entusiasmante que poderia ter facilmente resultado com algumas falas inteligentes, no entanto, o filme acaba por apenas “roçar” no sucesso.
            Desde a sua interpretação n’ “A Rede Social” que o ator Justin  Timberlake ganhou o meu respeito, mas este filme foi alvo de uma amostra forçada por parte do mesmo. O que acaba também por acontecer aos argumentistas, a história parecia não ter rumo e o final foi de certa forma decepcionante. Devo dizer, porém, que pela primeira vez Ben Affleck provou que talvez consiga de facto interpretar “Batman” pela dureza que demonstra neste filme. No fundo, não passa de uma boa história desperdiçada pela falta de imaginação, porém para os amantes de póquer (não o meu caso), talvez a opinião seja diferente.

★★★★★★ – 6/10 estrelas



            A Ação - Este mês a escolha foi deveras difícil para a categoria d’”A ação” apesar da grande oportunidade que tive em aproveitar uma tarde a ver “Rush” decidi arriscar em ainda mal, visto que John Travolta com sotaque bósnio só poderia dar em quase desastre.
            Um ex-escorpião da guerra na Bósnia (John Travolta) viaja para a América para tentar saciar a sua vingança face ao veterano militar americano (Robert DeNiro) que o tentou fuzilar.
            A corrida de rato e gato entre estes dois personagens não seduz nem no início nem durante. Estes dois “veteranos” do cinema não poderiam ter sido pior escolhidos. É um filme que não é reconhecido pela história mas que  leva à visualização, devido a quem o protagoniza.
            O enredo é repetitivo e nada surpreende, basicamente foi concebido para fazer sofrer as mentes mais sensíveis. Quando pensamos estar perante um filme leve em conteúdo, a dor e o impacto desnecessários da tortura abrem caminho. É mais uma tentativa por parte de Hollywood em manufacturar um “original” simples que surpreenda, mas que acabou por se revelar deveras “mau”.

★★★★ – 4/10 estrelas


FILMES DO MÊS DE OUTUBRO – DVD

           
O Histórico – “Cinderella Man” (2005) pode bem tornar-se o clássico da próxima geração, não pelo impressionável físico de Russell Crowe ou o seu engraçado sotaque de Nova Jérsei, mas pela emocionante história de amor e a veracidade que acarreta.
            A história verídica de Jim Braddock (Russell Crowe), um boxer que experiencia no pior dos cenários a década que segue à “Grande Depressão” nos Estados Unidos, torna-se inspiradora e acaba por refletir a sociedade que integra em geral.
            Talvez será um daqueles nomeados aos Óscars (Melhor Ator Secundário, Melhor Edição de Filme e Melhor Maquilhagem) que sai perdedor, mas marca o ano de estreia. Pela primeira vez, Crowe não venceu nos prémios da Academia como em “Gladiador” ou “Uma Mente Brilhante”, mas venceu no caminho da doce interpretação e do bom enquadramento histórico.
            Sendo uma história com um fundo de verdade, o argumento apenas pode ser confirmado por quem a presenciou, mas torna-se mais exasperante, pois uma história controlada por um autor pode tomar qualquer caminho, no entanto numa história controlada pela vida o inesperado pode acontecer. Penso que foi esta a razão que levou as minhas companheiras de turma (com quem vi o filme) a expressarem de forma tão vivida a ansiedade prometida de um combate de boxe.
            Não posso deixar de concordar com a nomeação para melhor edição de película, a forma como a vida de um miserável (desta vez sem cantorias) que tem de alimentar os filhos pequenos é transmitida na sua essência cruel e intensamente triste, contudo sem a mínima prova de desistência. A realização não podia ser melhor atribuída, Ron Howard passa de “Grinch” para um drama doce e comovente, provando mais uma vez a genialidade de “Uma Mente Brilhante” e deixando-me cada vez mais esperançosa pela adaptação do livro “The Graveyard Book”, de Neil Gaiman.

★★★★★★★★ – 8/10 estrelas

O Clássico – Apesar do meu contacto já posterior, com este filme, este mês, tive a oportunidade de revivê-lo e não poderia deixar opinar sobre ele.
Viktor Navorski é um emigrante que decide visitar Nova Iorque, porém, durante o seu voo, o seu país assiste a uma revolução política e deixa de ser reconhecido como tal. Sendo assim, Viktor é obrigado a residir no aeroporto sem qualquer conhecimento da língua inglesa e sem poder nem entrar na cidade, nem regressar à terra natal.
“O Terminal” é uma obra-prima da comédia ternurenta. Steven Spielberg mostra mais uma vez a sua forte versatilidade apostando numa história não só enternecedora como também humorística e fá-lo de uma forma genial.
Tom Hanks demonstra a sua capacidade de se transformar e o seu sotaque nórdico alcança um tom quase genuíno. Apesar do ano de estreia ser de facto 2004, para mim é um clássico do futuro, assim como “Forrest Gump” é um filme para o espírito, para a mente e para o coração.
A realização é quase tão plena e fantástica como o argumento e este, sim, comprova a minha teoria pessoal de que para literatura temos livros e para cinema temos originais. Com efeito, a produção em massa de histórias fabricadas para a leitura em Hollywood, começa a tornar-se cansativa e nem sempre é o que torna um filme mais popular, podendo até modificar opiniões quanto a certo realizador ou argumentista. O sucesso de “A Vida de Pi” no cinema e a sua fraca aderência na literatura pode contrariar a tendência, mas é apenas uma exceção num mar de produções que parecem cada vez mais cair na ignorância e na necessidade de sucesso monetário, ou não teríamos a grande inconsistência em, por exemplo, a adaptação d’”As Cinquenta Sombras de Grey”
Eu diria: Faltam originais, queremos mais  “Terminais”!!



★★★★★★★★ – 10/10 estrelas

SUGESTÃO DE HALLOWEEN

Não sabes o que fazer na noite de Halloween? É um dia de semana e sabes que vais estar cansado mas mesmo assim queres passar um serão assustador na companhia de quem mais gostas? Não desesperes. Aqui fica uma sugestão que promete arrepiar, por isso veste o casaco e esta quinta-feira, dia trinta e um, corre para a sala de cinema mais próxima em busca de “Carrie”, a assustadora adaptação do livro de Stephen King com o mesmo nome.
“Carrie” estreia no próprio dia das bruxas e vai assustar garantidamente, para além de ser uma adaptação é também o remake do também adaptado “Carrie” de 1976. Tendo lido o livro, prometo o susto e o suspense. Carrie é uma rapariga que vive num ambiente controlado por uma mãe extremamente religiosa, esta faz da pobre criança vítima de agressão emocional, o que ocorre também nos seus dias escolares por parte de umas colegas menos simpáticas. Mas a verdade é que por muita vingança que tenha dentro de si, Carrie é também especial pelo seu poder de telecinésia ou TK, ou seja,  consegue mover realidades com a própria mente. Com Chloë Grace Moretz  e Julianne Moore nos principais papéis “Carrie” é a sugestão ideal para a noite de Halloween acompanhada, claro, de umas pipocas doces mas cheias de travessuras.



Para mais alguma sugestão preenche o formulário aqui com o assunto “cinéfila” e aconselhar-te-ei o filme ideal para qualquer ocasião. Podes também colocar as tuas questões sobre as próximas estreias ou novidades no mundo do cinema e a tua mensagem aparecerá na rúbrica do próximo mês.

8 comentários:

  1. Respostas
    1. Sim, também estou entusiasmada com este novo filme de terror :)

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  2. Respostas
    1. Muito obrigada :D Alguma sugestão ou até mesmo questão é só dizer :D

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  3. Muito bem feito :) continuem :) Carrie parece um bom filme :)

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  4. Obrigada Filipa, para o proximo mês ire fazer uma crítica precisamente a esse filme, fica atenta :)

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  5. Excelente trabalho! é uma ótima ajuda para quem quer escolher um filme; Recomendo claramente "Raptadas" e "A chamada", pois apesar de abordarem o mesmo tema, são completamente diferentes e prende de facto o espectador do principio ao fim do filme.

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    1. Claramente bons filmes que devemos ver pela sua moral e pela própria cinematografia!

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