Artigo por: Inês Consonni
Revisto por: Inês Cardoso
Passeando
pelas ruas de um reino degradado, em que os barcos navegam debaixo de água,
encontramos os mais particulares indivíduos. Ora, existem aqueles que se comem
uns aos outros, existem os vermes que se passeiam alegremente pelos passeios e
aqueles que aguardam a morte, sendo que os mais infelizes são aqueles que esperam a
chegada da vida.
Quando
tropeçamos numa pedra da calçada, encontramos o mais particular dos seres, este
não espera por nada, não está preso a nada senão a este ambiente luxuosamente
deteriorado. Ele chamou-me a atenção. É diferente da alegre felicidade que
enche as nozes abertas dos que habitam este reino. Esta alma perdida,
certamente, arrasta-se de cabeça erguida e com os olhos húmidos de tão seco o
mundo. Parece-me alguém esquecido, que entre os tombos e as extraordinárias
subidas ficou, permaneceu sempre e nunca deixou. Quem é? Quem foi? Quem será?
Mas aí todos nos questionamos acerca de nós próprios. Quem fomos? Heróis. Quem
somos? Heróis escondidos. Quem seremos? Heróis perdidos.
Deixámos o
nosso percurso, belíssimas bestas, mas este aqui prossegue em frente, perdido,
mas em rumo de algo. A vida calejou-lhe as feridas. Mas o que é vida senão um
destino incontornável? O que é este reino senão um campo de flores cortado
pelos quebra-nozes?
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